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Nutrição e Vida

Parem o trem que eu quero descer!

Atónita, ou sentindo-me literalmente “estúpida”, “burra” ou simplesmente incapaz de entender a oligofrenia mundial?

Sei lá! Só reconheço que desde o momento que ouvi a entrevista da colega da Organização Mundial da Saúde (OMS), a qual tive que repetir duas e três vezes, para não ter dúvidas que meu Inglês ainda é bom e não havia entendido mal, que estou ávida por algo que não sei explicar.

Afinal, quem sabe eu cometi qualquer erro de interpretação? Uma falha auditiva? Um lapso de “sinapses” de entendimento? Mas como pode, se tal qual eu vários jornalistas postaram notícias com o mesmo entendimento sobre a transmissibilidade do Sars-covid-19, nas distintas páginas de sites de notícias?

Mas não, eu ouvi e entendi bem a Dra. Maria van Kerkhove afirmar que a transmissibilidade entre assintomáticos é muito pequena, porque dados de alguns países indicam…..E por aqui paro e, peço, parem o trem que quero descer!

São quase três meses de medo, pavor, histeria, tortura emocional, loucura total, isolamento social, doenças não tratadas, despedidas “impresenciais”, saudades de tocar, abraçar, viver a vida, simplesmente deitados no lixo! Ainda que não compactue de muitas das medidas tomadas, tal como o uso obrigatório de máscaras, por exemplo (mas tranquilos, estou a usá-las sempre que saio à rua), tenho presenciado os dramas que o medo/pavor impôs e as vidas ceifadas por este (quando digo vidas perdidas, não necessariamente digo “partida para outro nível”, mas sim o simples “deixar de desfrutar a rotina”). Um horror!

É certo que desde sempre, a verdade não nos foi dita por inteiro! E não foi só pela China, ou pelos EUA, ou até mesmo pelas gentes de nossas terras de pau Brasil). O problema sempre foi muito mais sério!

A falta de clareza nas afirmativas científicas de colegas que buscavam os holofotes a qualquer custo tem sido a marca registrada, somente ultrapassada pela ofuscante necessidade de políticos sem escrúpulos. Esses fizeram do momento, o ápice para galgar por outros caminhos.

A ciência que já vinha enferma, entrou em catarse, e precisa desesperadamente de oxigénio para poder continuar a sobreviver. Não consegue respirar! No dia 13 de abril escrevi sobre isso, ainda que abordando a questão nutricional (Nutrition in times of Covid-19, how to trust the deluge of scientific information). Hoje, quase dois meses depois, ratifico tudo o que disse, com um agravante: Parem o trem, que quero descer!

A despeito de toda a polémica sobre a OMS, ainda creditava à entidade um voto de confiança, mesmo ciente de que a política do “quem dá mais” ganha o chamego da mesma. Contudo, hoje, resta-me a ilusão em que profissionais sérios e sonhadores pela defesa de um mundo melhor vivia apenas no meu ideal! Porque depois de tudo isto, o meu sentimento de agora é: sou tonta ou estúpida?

O trem parou, desço e, vou tentar ir para os braços de Morfeu, mas vai ser difícil relaxar. Quem quiser entender um pouquinho mais sobre meu imensurável desespero, leia “A grande gripe” de Jonh M. Barry. Este escritor deve saber mais de pandemias do que a OMS e todos os especialistas atuais. Sem fazer “spoiler”, o capítulo final do livro, para não dizer o livro completo, é um re-inventar do que José Saramago muito bem escreveu no Ensaio sobre a cegueira. Ah….a propósito, essa é a história de uma outra pandemia – de gente sem visão (para não ser politicamente incorreta e dizer – cegos). Estou tão cansada dessa “corretez” mundial!

Vá, menos hipocrisia e mais ação!

PS. Não, não tenho ações da Amazon e nem ganho brindes por anunciar a empresa. Sou apenas uma médica que busca oxigênio para seguir!

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