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Nutrição e Vida

Pedante Covid-19!

A Covid-19 vai mudar o mundo!

Não, já mudou!

Os mais ricos ficaram mais poderosos e os mais pobres jazem pelas ruas sem rumo e sem teto. Desnecessário dizer que sempre há vencedores e vencidos, e o que se tem vivido, em dias conturbados pelo coronavírus, confirma essa premissa. Nada de diferente até agora!

No entanto, a globalização e a disseminação de notícias em ritmo galopante resumiram a imensidão terrestre a uma aldeiazinha em que todos parecem conhecer-se. É um que fala de fulano que teve o vírus, dá detalhes e conta a história de saúde (antiético, diga-se de passagem, pois certamente o referido doente não autorizou a vinculação do nome à notícia quase que bombástica que atrai multidões de curiosos e que perguntam: já saiu do respirador, tirou a traqueostomia, foi para casa?). Por outro lado, há outros que esbravejam feitos nunca antes alcançados (acredita que até o governo de tal lugar citou o dito trabalho?) como se isso mudasse a análise da qualidade e o conteúdo nada científico da referida pseudo peça da arte do cuidar.

A arte do cuidar perdida há muito, como já dizia Bernard Lawn, alcançou em tempos da Covid-19 patamares nunca antes jamais vistos, com urgência e emergência de publicar e registrar o feito inédito que o outro não logrou. Todos viraram especialistas, quando ninguém sabe, de fato, de que se trata essa doença: pulmonar, hemática, mista? É o típico efeito Dunning-Kruger!

Ah, nunca ouviu mencionar esse efeito? Não se preocupe, a maioria tampouco sabe do que se trata! Contudo, tenho a certeza que muitos acenarão com as cabeças vazias como se entendessem perfeitamente sobre o tema. Mas veja, os trabalhos de Dunning e Kruger foram em áreas comportamentais e essas carecem de métodos científicos adequados!

Diga-me lá então, em quais áreas os métodos científicos estão a ser usados de forma criteriosa e isentos da ciência do achismo? Afinal, Descartes, há vários séculos atrás, muito bem questionou o empirismo, que passados tantos anos e com a avalanche de informações, marca presença firme, aliado ao poder do marketing.

Normalmente, em discussões científicas entre os pares, costumo mostrar a foto de dois homens que representaram para o mundo mudanças importantes. Todos acertam o nome de um desses senhores – o autor da teoria da relatividade, famoso por frases de impacto que saem das bocas de vários pseudo-intelectuais – Albert Eisntein é hiper, mega reconhecido. O outro, essencial no controle de infecções puerperais e que ajudou a diminuição da mortalidade materna, nunca é reconhecido – Ignaz Semmelweiss. Os dois foram considerados loucos! Porém, Einstein sobreviveu à pecha e Semmelweiss morreu em desgraça (morte morrida ou matada por ele mesmo?).

O interessante é reconhecer que Einstein segue sendo lembrado por todos, até por aqueles que como eu nada entendem da teoria da relatividade, enquanto Semmelweiss jaz em seu túmulo húngaro e é olvidado até por quem deveria saber o que representou para o controle de infecções cirúrgicas. Resumamos o veredicto: marketing!

A alma do negócio é o marketing, e talvez por isso, quando se lança um produto novo, quase que metade do investimento é dirigido para tal. Mesmo? Bem, pode variar, depende do produto e de onde será lançado. Mas, com certeza, grande cifra é para a criação da mágica.  Afinal, quem anuncia o produto tem um olhar poderoso, joga futebol no time da moda e ganha milhões por uma bola que rola, mas que não salva vidas nunca, nem mesmo em épocas da Covid-19.

As vidas, agora, balançam nas mãos dos que um dia pensaram em mudar o mundo, que se arriscam por amor ao próximo, que seguem acreditando que vale a pena, mas que não são heróis, de forma alguma. São apenas pessoas que optaram por profissões relacionadas a salvar, ajudar, dar atenção e carinho, mas comumente pouco valorizados em momentos de paz podre.

Paz, poder, política, interesses “umbilicais” – estranha combinação, para a qual não há sistema imunológico que aguente. Nem o meu, nem o teu, nem o nosso – estamos mesmo nas garras de um micro ser acéfalo, mas poderoso e fatal. Sobreviveremos?

Creio que sim, diferentes! Pelo menos,  para mim, está claro que há gente que sairá do meu livro de cabeceira, que inexistirá no meu dicionário de vida e que como dizia o falecido Ibrahim Sued (será que alguém ainda se lembra dele?) “a caravana passa e os cães ladram”. No caso aqui, o único que ladra é o #Nick#cãozinho#maislindodomundo, fiel e eterno companheiro das horas em frente à tela do computador a produzir ideias, críticas e até mesmo produtos para que outros brilhem! C’est la vie!

Não, era!

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