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Nutrição e Vida

Iluminai-nos Senhor!

WhatsApp silenciado, ou quase! Televisão desligada! Páginas de notícias pela internet não visitadas! Instagram e Face apenas de futilidades, mas mesmo assim, o tal do vírus corona impregnou-se na minha vida! Lamentável!

Na triste realidade antevista por Nostradamus, Raul Seixas, Bill Gates e tantos outros nomes famosos que tiveram a “capacidade preditiva” (qualquer simples bruxinha, também teria essa premonição) desta pandemia mundial, ninguém se preparou!

Como preparar-se para o inusitado surgimento de um mínimo ser vivo que ninguém vê, veio de longe (ah….sem esquecer-me do que a minha mãe mencionou, ontem: “meu pai sempre dizia – a invasão um dia será dos amarelinhos”, e hoje, todos em pânico vivem? Enquanto isso, os outros companheiros microscópicos como os da malária, das diarreias, da dengue, da AIDS bailam soltos por aí e continuam com altas taxas de mormimortalidade (complicações e morte), mas não dão “ibope”. Afinal, só se fala de corona (até então, esta palavra significava a famosa cerveja Mexicana – tadinha, entrou para o esquecimento – rssrsrs)!

Em mais de três meses de epidemia, agora pandemia, com transmissão entre humanos geométrica, a proporção de especialistas no assunto, também alcançou níveis nunca antes imaginados. Do porteiro (para não falar de empregadas, por causa do cunho pejorativo, “feito” da malévola política local) ao mais graduado profissional da saúde – o médico (sem protecionismo, porque de fato, ainda somos os que mais anos dedicamos à formação profissional. Mas por outro lado, sem defender que somos os melhores) – todos estão “doutores – PhDs” em COVID-19.

Cansei-me de ler, ouvir e ver em comentários, posts (até do soro que aumenta a imunidade! Paizinho do céu, olhai por nós), vídeos e trabalhos científicos. É muita elucubração e pouca ciência.

Mas como pode afirmar isso, afinal, saiu no New England Journal of Medicine, uma das mais conceituadas revistas de Medicina (está, até, disponível gratuitamente). É mesmo, e daí?

Algum dos especialistas se debruçou sobre os métodos dos trabalhos? Quantos têm tamanho de amostra calculada para responder à associação ou correlação “causa/efeito” com significância? (Ah tá….alguns dirão, esse maldito p<0,05!) E as revisões sistemáticas e meta-análises (wow….já tem até este tipo de trabalho*). Avaliaram os métodos? Eu não….porque:

Não desejo ser especialista em COVID-19. Sou cirurgiã e especialista em Nutrição – suficiente para manter-me ocupada com tanto que tenho que estudar e a cada dia, parafraseando Sócrates (ou seria Fernando Pessoa?), “só sei que nada sei”! Apenas queria poder voltar a viver normalmente, sem tantas opiniões e certezas. Afinal, 2020, ano da sessentona, pensado com antecedência, e organizado em viagens familiares e de lazer virou “sapinho feio”. Mais um aprendizado, que será eternizado em “viva o hoje, deixe a vida te levar”, tendo Ele(s) no controle e só! “

“…..Só somente só
Assim vou lhe chamar
Assim você vai ser
Só só somente só….” em Preta Pretinha, de Morais Moreira – ainda bem que é de um famoso, senão iam-me chamar de racista! Logo eu, que vim de terras africanas, onde a diferente era eu, mas vivia de igual para igual. Que o diga, um dos meus primeiros amores, que é cor de ébano!

*Correia MI. Are we capable of separating the wheat from the chaff when assessing meta-analyses? Clin Nutr. 2020:39 (3):705-707. M Isabel T D Correia 1

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