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Nutrição e Vida

Medicina é paixão e não qualquer profissão!

Medicina é paixão por gente: doente ou sã!

Medicina é amor pelo que se faz!

Medicina é  entender que sempre há outra pessoa, muitas vezes frágil e com medos! E que um dia,  com muita certeza, também seremos nós o outro!

Exatamente o que vivenciei hoje – ser paciente, mas diga-se sem medo, pois eram exames de rotina! No completo sentido da palavra fui “paciente”, considerando que  com exames marcados para às 10 horas da manhã, em renomado centro de diagnóstico, onde chego às 9:30 como indicado para fazer a burocracia, com fome e bexiga quase a explodir, sou finalmente atendida às 11 horas. E aí, ou melhor, um pouco antes, às 10:50 começa a saga da paciente.

  • Bom dia senhora – diz a funcionária do último centro de espera, antes de entrar para a sala de exame (este já era o terceiro local, para onde fui sendo promovida);
  • Bom dia – respondo e pergunto: vc poderia dizer-me se os meus exames irão demorar muito? É que além de todo o meu desconforto, fome e bexiga quase a explodir, eu tenho compromisso com pacientes ao meio dia e não gosto de chegar atrasada;
  • Ah senhora, não a avisaram que hoje estamos um pouco atrasados, pois houve uns exames complicados? – responde-me a funcionária;
  • Não!;
  • Olhe, agora só há este senhor que vai fazer o exame da próstata e, depois é a senhora – informa-me a atendente.

Penso! Nossa, porque eu devo saber que exame este senhor irá fazer? Funcionária mal treinada!  Dez minutos depois (eta exame de próstata rápido), sou chamada a entrar para fazer os meus exames.

  • Bom dia – digo;
  • Entre e deite-se na cama – é a ordem que recebo da colega médica.

Obediente, deitei-me. Seguindo a próxima orientação (não mais ordem) da atendente, arranjo a minha roupa de acordo e aguardo o início do exame.

  • Já fez este exame alguma vez? – pergunta-me a colega;
  • Sim – respondo;
  • Alguma alteração? – indaga-me a seguir a examinadora (não mais a chamarei de médica ou colega);
  • Não – contesto.

Finalmente, depois de vários “vire-se”, “encha o peito”, “vire-se”, “encha o peito”, recebo nova orientação da funcionária para ir ao banheiro, esvaziar a bexiga e voltar,  sem a minha roupa inferior, vulgo, calcinha, pois uma vez que estava de saia não era necessário colocar a camisola do laboratório.

  • Deite-se com a cabeça para ali e o bumbum em cima da almofada – nova ordem da examinadora;
  • Já fez este exame alguma vez? Alguma alteração? – exatamente como anteriormente questionada;
  • Não – informo, mas agora já p …..da vida, com uma louca vontade de lhe perguntar “a senhora é médica mesmo?”. Mas mantenho-me muda.

Tamanho 1,2 por 1,6cm, volume xxxxx, pequena imagem hipoecogénica, assim, assim, assim…..etc etc.

  • Ah, lembrei-me tenho de fato um pequeno mioma subseroso – informo;
  • Na sua idade, isso não muda nada – ouço de volta.

Já com a sonda do exame fora da minha perereca, assumo obviamente que tudo acabou. Recebo a orientação por parte da funcionária que se quisesse esperar uns 30 a 40 minutos, poderia levar o resultado pronto. Agradeço e informo que voltarei mais tarde!

  • Bom dia e obrigada – despeço-me e vou-me, sem ouvir mais nenhuma palavra.

Após muito pensar, decido “vou escrever esta história”. Vai mudar algo, elucubro?

Não, não vai! Mas, pelo menos irá registrar que essa profissional não representa a maioria dos médicos que amam o que fazem, em especial, respeitam os doentes, tratam-nos com atenção e não como meros objetos. Sim, fui “objetificada”, manobrada como uma máquina e dispensada que nem ser irracional, ainda que meu amado animalzinho de estimação (Nick, o cãozinho, mais lindo do mundo) sequer seja minimamente tratado como essa senhora o fez comigo. O nome dela?

Hummmmm…..não sei, não se apresentou! Mentirinha! Sei sim, pois estava escrito no avental. Porém, não vou contar pois não vou ser anti-ética, a despeito de todo esse “belo e honroso” tratamento.

  • Ah, vai ver ela não sabia que você é médica!  – diriam os que sempre tentam justificar o injustificável!
  • Não, não queria ser tratada como médica, mas sim como um ser humano, no momento, paciente!

Medicina é amar o próximo! Será que essa senhora se ama? Fica a dúvida!

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