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Nutrição e Vida

Por onde andei? Para onde vou?

Minha tristeza, hoje,  só não deve ser maior do que a do menino/homem/belo que falhou perante os deuses do futebol – o goleiro Loris Karius! Mas a despeito do momento, a vida segue e, não querer senti-la, seria um egoismo imensurável perante os que nos cercam. Sigamos!

Por onde andei, curtos/longos meses desde o Carnaval passado em que por último escrevi? A trabalhar por muitas causas, às vezes, a perguntar-me porque. Mas sempre com a única certeza que é pela Educação que conseguiremos mudar cabeças e,  melhorar o mundo.

Por isso, para onde vou? Para o destino de sempre – questionar a rotina, a mediocridade e tentar melhorar para as gerações futuras.

Assim….uma opinião a mais, neste Brasil tão quieto, a despeito do barulho dos camioneiros!

As pesquisas de duas alunas minhas de mestrado, Alice Barbosa e Isabella Ribeiro, sobre a situação de risco sanitário e nutricional de idosos a viver em Instituições de Longa Permanência em Belo Horizonte, mostrou resultados que não foram nenhuma surpresa para mim. Afinal, milito por distintas áreas da saúde e, é nessa rotina “quando colocamos a mão na massa” que podemos vivenciar a verdadeira prática. Os dados foram publicados no boletim da UFMG, por considerarmos que a Universidade tem papel chave perante toda a sociedade, oferecendo informação livre de vícios. Isso, gerou a procura pela mídia.

O jornal O Tempo, dentre outros veículos, publicou a matéria no dia 27 passado, alertando, de maneira jornalística, sobre o problema, mas ainda de forma positiva no quesito informação.

A minha surpresa, contudo, foi a resposta ao assunto, por parte de alguém que responde pelo poder público, em que se lê (transcrevo na íntegra) “A Secretaria Municipal de Assistência Social, Segurança Alimentar e Cidadania de BH informou que os cardápios das ILPIS são pautados pela alimentação saudável e adequada. Segundo a pasta, são priorizados hortaliças, frutas e alimentos processados.  O cardápio é composto por seis refeições ao dia. A secretaria informou que uma equipe visita instituições conveniadas com a prefeitura a cada 15 dias para analisar as condições da produção de alimentos. Se problemas forem encontrados, os coordenadores são orientados. A pasta disse que também forma manipuladores de alimentos.“.

Ora, depois do que foi exposto, essas frases/informações conduzem a duas únicas possíveis conclusões “ou nós, pesquisadores,  mentimos ao apresentarmos os nos nossos resultados” ou “alguém está mal informado”.

Como pesquisadora, posso garantir, que não somente sigo os preceitos éticos da pesquisa, mas também os de vida. De sorte que “mentir” é inaceitável no meu código de conduta, o que me leva então à segunda conclusão. E esta (desinformação), é infelizmente, a dura realidade!

Sim é verdade, a prefeitura envia os cardápios adequados e balanceados, só que estes não são executados, por uma série de razões, das quais, uma dos mais simples é a falta de insumos para produzi-los, como foi demonstrado pela pesquisa.

Entendemos que há muito a ser feito pelo poder público, sobrecarregado com tarefas e demandas,  mas é de extrema importância a atuação na vigilância de qualquer prestador de serviços. Isso (fiscalização),  nós também observamos como não ocorrendo em conformidade com a lei. Neste sentido, sabemos que nossas leis são “mais realistas do que o rei”, mas há demandas mínimas de segurança que precisam ser cumpridas e auditadas.

Em suma, não sei quem foi a pessoa que respondeu em nome da Prefeitura, mas se eu fosse o “chefe” ia puxar a orelha “de com força” dela, pois cabe ao “chefe” orientar a conduta para questões similares. Assim, a minha orientação seria – ouça a crítica e conteste “vamos averiguar, para melhorarmos”.

Respostas como a desta pessoa só servem para aumentar o descrédito, em um país já tão sofrido com mentiras e abusos por parte do poder público, o que acredito não ser a política do Perfeito Kalil.

Por último, compete-nos a nós pesquisadores seguirmos a ética e os preceitos da boa pesquisa, para que com os nossos resultados possamos ajudar todos (usuários, poder público,  privado etc). Foi o caso!

Assim,”estimado responsável pela resposta à mídia, aja como outros funcionários públicos, da Prefeitura, que ao tomarem conhecimento da matéria, nos pediram as pesquisas completas e, quem sabe, a nossa oferta  para uma conversa com os pesquisadores”. Pronto falei….vai-me custar caro! Educar é isso!

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