Hoje cedo, recebi uma mensagem com um filminho – o verde e amarelo encheram os meus olhos de lágrimas e parei por aí! Não vi o vídeo!
Fuga? Falta de coragem? Ou simplesmente não querer que uma gota aqui outra acolá, virasse a tempestade de emoções vivida daquele dia 1 de Maio de 1994? Com o Gustavo, meu filho mais novo, bebé de meses, no meu colo, dou um grito doído de doido, que faz o pequeno chorar sem entender o porquê do desespero da mãe. Acabou-se!
Partia ali um dos poucos ídolos que tive na vida: Ayrton Senna da Silva! Estática em frente à televisão, sabia que não voltaria a escutar “tan tan tan….tan tan tan”. Era a despedida! Não dava para acreditar, mas aquela curva de Ímola, dessa Itália maravilhosa, representaria o fim da fórmula 1, um dos meus desportos favoritos.
O adeus ao homem que me fazia trocar plantões para poder assistir a mais uma corrida, foi duro! Afinal, meu relacionamento com Senna extrapolava o sucesso admirado por todos.
A determinação e o perfeccionismo perdiam-se na minha emoção, quando ele deixava-me brava porque falhava. Ah, como esquecer aquela vez, em Mónaco, que na ponta, perdeu a concentração e bateu? Nó…como fiquei furiosa, a ponto de estar ao lado do autódromo do Estoril, no próximo grande prémio de Portugal, e recusar-me a ir vê-lo, só porque estava de mal, e demais! Mas o ídolo era de carne e osso, e errava. Então, o perdão também fazia parte de nossa relação, aliás da minha com ele, pois nossos mundos eram distintos. Só não consigo perdoá-lo por ter-nos deixado tão cedo!
Enquanto as notícias iam e vinham, eu sabia que o corpo inerte ainda era mantido por máquinas, mas alma partia leve e solta para outro universo. Superior! Grande! Eterno!
Foi-se Senna, o desportista com garra, o lutador por melhores condições de vida para um mundo de crianças que ajudava sem alarde – Instituo Ayrton Senna é a prova. Ficou a memória e a saudade eterna de um grande ídolo: um determinado admirável ! Estrelinha que brilha lá no alto!
26 anos em outro reino! O dos iluminados!
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