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Nutrição e Vida

Adeus Terê, até breve! Mas por você, tenho que falar em “Qualidade de vida”!

O tempo que voa como uma albatroz sobre os mares da Antártida (acabei de ver isto na série The Hunt, no Netflix, que a propósito vale demais) roubou de mim a memória até  de como conectar-me com a minha página da Web. Tive que usar os super poderes do meu computador Mac para encontrar a forma de o fazer, o que sem dúvida logrei pela tremenda capacidade destes computadores.

Ontem, tomei conhecimento que a última vez que havia dedicado algumas palavras ao meu blog foi em Setembro passado. Que horror!

Passaram-se meses, congressos, viagens, sucessos, desesperos, partidas de amigos, avisos de chegadas, mudanças de status de vida e tantos outros acontecimentos transformaram o meu dia a dia na velha desculpa: não tenho tempo! Algumas vezes, ou muitas vezes, tenho ciência de o que me faltou, foi mesmo a vontade de escrever, depois de um dia cheio de labor ou de um fim de semana de puro ócio. A rotina da quantidade de atividades em nada mudou, mas os fins de semana certamente são diferentes. Afinal,  decidi que após tanto tempo de formada, não é nada razoável ter que trabalhar em dias supostamente de descanso. Aderi à normalidade! E por isso então, faltou mesmo tempo aliada à ausência de vontade, disposição etc para dedicar breves minutos a escrever algo mais ja que de fato,  passo tantas horas do dia a fazê-lo. Porém, ao ter um blog, dispus-me a compartilhar ideias, receitas e um monte de outras coisas, logo inadmissível o silêncio. Assim, voltemos!

E nada melhor de que começar o ano com algo que me atormenta à medida que o tempo passa: Qualidade de vida!

Expressão ampla, valorizada pela Organização Mundial de Saúde como aspecto importante no conceito de saúde (muito além da ausência de doença), mas que por sua vez, varia impressionantemente muito, de acordo com cada indivíduo e povo.

Neste sentido, a qualidade de vida para quem está doente, às vezes, pode ser apenas querer comer o docinho proibido porque é diabético, ou porque está acima do peso. Afinal, há sempre uma razão limitante, que deverá ser interpretada desta forma e não como “proibida”. Se proibir fosse a solução para os problemas da humanidade bastaria emitir a palavra e tudo se resolveria. Mas não é bem assim! Então vejamos –  aqueles proibidos de sociabilizar no mundo livre, por transgressão às regras de direito, são encarcerados, mas lá continuam os atos de brutalidade. Isto só para lembrar os últimos acontecimentos pavorosos neste país, chamado Brasil.

Mas voltemos à qualidade de vida! Ao lidar com enfermos, precisamos sempre avalia-la à luz desses e não à nossa. A cada dia que passa, mais ciente de que quando cuido de doentes, a primeira coisa que me vem, além da necessidade de “tratar” é sempre como posso melhorar a qualidade de vida deles. Isso certamente espanta muitos colegas e familiares, que na ânsia de mostrar extrema sabedoria (será???) transcendem em cuidados com o corpo sem pensar na alma. Por outro lado, os de sangue, por razões que discuti há tempos num post do Facebook, fazem-no “talvez” como mecanismo de compensação. Por isso, a cada dia a Medicina está mais maquinizada e menos humanizada. Paremos e reflitamos!

Máquinas enferrujam e até computadores modernos ficam obsoletos, ou seja, há sempre um início um meio e um fim. Porque seria diferente com a vida? De sorte, que vivamos a nossa efémera passagem terrestre com a melhor qualidade de vida que possamos ter e, que certamente, é distinta entre todos. Como profissional de saúde, tenho a obrigação de respeitar a vontade do outro, em especial, desde que explique os “custos e benefícios” de forma clara e concisa. A decisão é sempre do outro indivíduo!

Assim, quando me dizem, “doutora, você precisa proibir isso, pois meu pai/marido/filho etc etc tem que parar de fazer/comer/beber etc etc” – eu respondo “veremos……”

PS – hoje, o dia foi triste, porque partiu uma grande amiga e na sua dura caminhada, algumas vezes, me perguntei se a qualidade de vida dela foi respeitada. Enfim, descansou e nas mãos de Deus estará sempre em bela companhia. Até breve amiga Terê!!!!

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