A vida como deveria ser é algo meio filosófico e, até mesmo, petulante de pensar-se. Afinal, quem sou eu para determinar isso, uma vez que, acredito que somos fruto de algo superior: Deus, Alá, Buda ou deuses? Contudo, depois de uma semana com alguns imprevistos e até mesmo intempéries, concluo que o bom ou mau, dependendo dos humores, externa-se pelo fato de que a vida é realmente uma caixinha de surpresas. Posto isto, viver traduz-se no hoje, já que o passado é saudades e, o futuro sabe-se lá se existirá. Então, o hoje é ter liberdade de voar e pensar com determinação, sonhar, mas com os pés no chão, pois ao se alçar muito alto, transcende-se a realidade e, ao ser partícipe da comunidade humana, isto pode representar a ameaça de ser tida como louca. Ou seriam os outros os loucos?
Paro, penso e nada concluo!
Só sei que a cabeça é muito complexa e, talvez o futuro realista (aquele que não sei se existirá) aponte que o mundo possa vir a ser dominado pela neurociências e não pela boca. Aliás, na tentativa de mostrar a importância da Nutrição na vida do ser humano, enfrento a ira dos que se concentram apenas na simplicidade do 1+1. Essa conta pode, para mim, ser igual a dois ou simplesmente a onze. Mera questão de semântica! Contudo, no mundo da ciência e da prática das artes da saúde, o mais importante é o que se faz com base em evidências, independentemente do pessoal. E, foi por causa de conduta baseada no “eu passei por isso” que fui obrigada a querelar. Isso resultou em atitude discordante por parte da colega de profissão. Até aí, vai! Mas o pior foi o ato às escondidas, o discurso perante testemunhas que culminaram com total falta de ética e quebra de confiança. Desagradável, muito mesmo! Eu tinha então duas opções: ensinar ou denunciar!
Ensinar é quase sempre a escolha! Por outro lado, essa é descartada quando existe a petulância do outro, em especial, já sendo adulto e, também quando acredito que educar não mais funcionará, principalmente, quando a postura vem associada ao que uns diriam ” falta de berço”.
Denunciar, por outro lado, faz-se obrigatório para que o mesmo não ocorra com outros e, em especial, não interfira com o paciente, como foi o caso. Mas ao denunciar, seja por qual for o motivo, invariavelmente o “chato”, o”mau” o “vilão” é o que se pronuncia.
Coincidentemente, nesta mesma semana, chegaram aos meus ouvidos frases do tipo “ela acabou com o meu trabalho”, “ela ferrou a minha aluna”. Retrospectivamente, lembro-me que participei de banca de qualificação de doutorado, cujo trabalho da candidata estava aquém do desejado e, educadamente, fiz as colocações pertinentes pensando no objetivo final dessa tese: a publicação e, a prática clínica ou seja, o doente. Ofereci, inclusive, o exemplar corrigido para que pudesse facilitar a atualização e a discussão com o orientador. E eis que a interpretação foi, a meu ver, a tendenciosa para “o mal”.
Educar e não ferrar, esse é meu lema! Mas na cabeça de quem ouviu a ordem foi inversa “ferrar e não educar”. Triste!
Mas valeu para mim! Afinal, mais um ensinamento, para o hoje: trabalho ruim, desconvide-se, pois as pessoas só querem louros, mesmo quando tudo é medíocre!
Se vissem, as minhas correções de meus próprios textos, de há tempos atrás, diriam “a mulher é louca”. Mas não é que talvez seja mesmo????
A loucura e a sabedoria parecem amadurecer com o tempo. Estou a caminho e, em vez de interpretar “comecei mal 2016”, entendo “continuo pelos 55 vivendo intensamente”. Eis o por isso a razão da “vida como deveria ser”. Breves elucubrações de uma manhã de Sábado, de quem nada tem para fazer, mas está com muitas saudades de “santola sapateira”…..voarei alto, sonharei e ficarei em mim!